Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Caraguatatuba


31/01/2009
Parque Estadual de Caraguatatuba

Luciane Teixeira

São quase 14 mil hectares de Mata Atlântica. Floresta cerrada, cortada pelo Ribeirão do Ouro e pelo Rio Santo Antônio, cheia de cachoeiras e de caminhos antigos. Terra de tropeiros, que no século XIX desciam as encostas da Serra do Mar com suas tropas de burros para fazer o comércio entre Minas Gerais, passando por Paraibuna, e o Litoral Norte Paulista. Para os amantes da natureza, duas trilhas mais acessíveis já estão disponíveis para quem curte caminhar em plena mata e tomar banhos nas águas geladas.

Por incrível que pareça, tudo isto está aqui pertinho do centro de Caraguatatuba, aos pés da Rodovia dos Tamoios. Trata-se da antiga Reserva Florestal de Caraguatatuba, criada pelo então governador Jânio Quadros, em 1956. A área foi depois incorporada ao PESM (Parque Estadual da Serra do Mar), criado em 1977, que soma 50 dos 315 mil hectares protegidos pelo parque.

As trilhas recebem escolas da região desde 1987. Em 2008, foram 3.284 visitantes, 99% deles estudantes. Com uma equipe de cinco monitores contratados em novembro passado, a direção do parque quer ampliar o trabalho de educação ambiental e recreação nas suas trilhas. “Estamos montando outro projeto, o Pesquisador Mirim, cujo objetivo é trazer estudantes na faixa de 8 a 17 anos para um dia de atividades no parque, o que inclui algumas horas dentro de um laboratório aprendendo sobre este ecossistema”, conta o engenheiro florestal Ivan Suarez da Motta, diretor do Núcleo.

Hoje o trabalho de educação ambiental e ecoturismo utiliza duas trilhas principais:
a do Jequitibá, com 1.2 km, tem uma piscina natural ótima para banhos e dela se podem avistar diversos jatobás com até 30 m de altura e, a do Poção, com 3.5 km, parte da área de lazer do parque e dá acesso a várias piscinas naturais.

Serviços:

Grupos de até oito pessoas podem agendar um passeio pelas trilhas com 24 horas de antecedência, pelos telefones (012) 3882-5999 ou 3882-3166. As visitas podem ser feitas de segunda a domingo, entre 9 e 12 horas, ou entre 13 e 16 horas. É cobrada uma taxa simbólica de R$ 2,00 por pessoa. A equipe recomenda que o visitante vá vestido de tênis, calça comprida e camiseta; levando água, lanche e repelente.

Atenção: num parque, você não leva “lembranças”, evita barulhos para desfrutar o ambiente da floresta, traz todo seu lixo de volta, inclusive as pontas de cigarro, tem cuidado para não provocar incêndio, não leva animais de estimação (eles podem transmitir ou contrair doenças), e se mantém sempre na trilha e junto ao grupo. Salvamentos em ambientes naturais são caros e complexos.

Fazenda Ecológica Disparada



EVOLUÇÃO E DEMANDA POR MUDAS NATIVAS

Bruno Rocha

A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais importantes do mundo, rica em biodiversidade e em sociodiversidade, refere Silva (2008). O desmatamento na área de mata atlântica teve uma queda 69% de 2000 a 2005 na comparação com o período 1995-2000. No primeiro período, o Brasil derrubou 445,9 mil hectares e, no segundo, 138,8 mil hectares, de acordo com as informações do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a função das Áreas de Preservação Permanente, matas ciliares, tem papel fundamental na prevenção de enchentes e na proteção de mananciais de uso público. No entendimento de Pincinato (2005) relata “apesar da enorme importância dos novos instrumentos normativos que protegem a Mata Atlântica, as APPs continuam sendo essenciais na sua proteção em áreas com forte pressão, principalmente pelo setor agrícola e imobiliário”. As matas ciliares funcionam como uma barreira e evitam o carreamento de sedimentos e poluentes para o sistema aquático, reduzindo de erosão e assoreamento de rios e represas. As florestas contribuem para infiltração da água no solo, abastecendo e recarregando o lençol subterrâneo que abastece as nascentes. Por estas razões, as áreas rurais próximas dos mananciais com viveiros produtivos, auxiliam na sustentabilidade das bacias e produzir mudas de boa qualidade favorecem aos bancos genéticos em conseqüência a recuperação das matas ciliares.
De acordo com informações da Agência de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte, “a ocupação desenfreada e a conseqüente pressão antrópica sobre os recursos naturais, com relação à água é imensa, sendo que nossos rios e córregos já apresentam sua qualidade e quantidade comprometidas, o que se reflete também nas praias.”
A proposta dos viveiros situados nas bacias hidrográficas, em área rural, é capaz de agregar valor aos produtos, e serviços no meio rural, contribui para a conservação do meio ambiente com a valorização da mão de obra local.
A recomposição de florestas nativas têm sido prioridade na política do meio ambiente no País. O Programa Nacional de Florestas aponta que a evolução de áreas com florestas plantadas em 2006, foram plantados no Brasil 627 mil hectares de florestas de produção o que representa um recorde histórico. Pela primeira vez o Brasil plantou mais de 1 bilhão de árvores em um ano, e a participação de pequenos produtores foi estratégica para esse crescimento.

“O planejamento [...] sustentável de uma nação requer cuidados com o uso dos recursos naturais [...] conceitos conservacionistas como: área de preservação permanente, reserva legal, unidades de conservação e sistemas de produção sustentáveis.” EMBRAPA (2009). O planejamento com vistas à conservação e sistemas de produção sustentáveis para o desenvolvimento, vira tema prioritário em discussões.
De acordo com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo, em Caraguatatuba as áreas reflorestadas contam com 160,25 ha reflorestados, que equivale à 0,33% de 48.000 há de área do município.
As áreas Rurais trazem a reflexão. Com espaços para o cultivo de espécies nativas com foco na economia, e utilizando-se de ferramentas o planejamento e o conjunto de informações quantitativas. Apurou-se na SMA 47/03 de 26 de novembro de 2003, o Instituto de Botânica constatou no Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais – DEPRN - tem oficializado, “dentre outras formas de Recuperação de Áreas Degradadas, os plantios realizados têm apresentado resultados mais satisfatórios a partir dos critérios técnicos para a escolha e combinação das espécies”. Considera-se que a qualidade ambiental em cumprimento às propostas de recuperação far-se-ão pela diversidade variada dos indivíduos arbóreos escolhidos favorecendo o sucesso dos projetos com recuperação, enriquecimento florestal, recomposição e reabilitação de uma área degradada. Inclui o planejamento de estruturas para que sejam ofertadas ao mercado do litoral norte.
O viveiro com atenção às espécies nativas cumpre com as considerações técnicas vivenciadas e publicadas em resolução e melhoram as iniciativas de plantio. A efetiva recuperação de áreas está vinculado às espécies nativas existentes e disponíveis no ecossistema. Dados recentes revelam que, “a perda da diversidade biológica significa [...] redução de recursos genéticos disponíveis ao desenvolvimento sustentável, na forma de madeira, frutos, forragem, plantas ornamentais e produtos de interesse alimentar, industrial e farmacológico,” Resol. SMA 08/07. A perda dessa diversidade biológica também está ligada as causas de desmatamentos e relacionadas com a pouca variedade de indivíduos disponíveis nos viveiros.
O acesso às mudas de boa qualidade para reflorestamentos valoriza a região nos projetos e melhora o entorno das áreas urbanas, que está vinculado à expansão das cidades (Yamazoe, Bôas 2003). Os empreendimentos imobiliários investem em áreas verdes para atender a ampliação às necessidades sociais e ao crescimento urbano. Neste contexto, há demanda na procura por mudas de vegetação nativa. Gerada pela exigência do Decreto Federal 5.300 do Gerenciamento Costeiro, Zoneamento Ecológico Econômico Litoral Norte Decreto Estadual 49.215 publicado em 7 de dezembro de 2004.
A gestão ambiental lida com interesses difusos causando imposições à interesses econômicos e de crescimento a exemplo da construção civil. Termos de compromisso de recuperação são celebrados para atender a compensação ambiental citada no Decreto. Nestes casos, gera a procura e traz a ecologia de volta para perto das pessoas, mesmo que de forma obrigatória. As metas estabelecidas no Decreto para gestão de áreas rurais são: manutenção das principais funções do ecossistema e recuperação induzida para controle de erosão. E as Diretrizes para gestão são:

I - manter a ocupação com uso rural diversificado, através de práticas que garantam a conservação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas;
II - aumentar a produtividade agrícola nas áreas já cultivadas e cujos solos sejam aptos a esta finalidade, evitando novos desmatamentos;
III - minimizar a utilização de agrotóxicos;
Entre outras, promover prioritariamente a inclusão de áreas com vegetação nativa em estágio avançado de regeneração, ou seja, demandam inserção de novas florestas e atendimento aos remanescentes com mudas superiores do ecossistema.
Com os viveiros permanentes, surgem oportunidades de se aproveitar dos recursos materiais e humanos para ramificar-se aos serviços com recuperação de áreas no plantio, com fins comerciais. Trazem valor agregado aos serviços que dele é produzido.

Extraído da construção do TCC, Faculdades São Sebastião, sob a orientação da Profª Drª Silvia Regina

Trilhas em Boiçucanga - Verão livre Imprensa Livre

Luciane Teixeira

O caminho mais procurado do conjunto de três cachoeiras do Ribeirão do Itú é a partir da Estrada do Cascalho, em Boiçucanga. Se o turista estiver de carro é só percorrer a estrada até o estacionamento do Cícero, que fica bem no início da trilha.

A partir deste ponto até a terceira queda de cachoeira são 8 quilômetros de trilha, que levam cerca de 1 hora até o final, dependendo do ritmo de cada um.
A primeira queda, a da Pedra Lisa, pode ser feita sem guia e dura 25 minutos de caminhada. O visitante passa por dois rios rasos e chega até a cachoeira de 30 metros de altura. É bastante visitada.

O acesso para a segunda cachoeira, a Samambaia Açu, não é direto. Deve-se retornar até a bifurcação do caminho e continuar pela trilha. Em 25 minutos de caminhada é possível vislumbrar essa queda com características diferentes da primeira. Com cerca de 20 metros de queda, é menor, porém, o poço é bem maior. Por isso, boa para nadar. Iniciantes do cascade – descida em corda pela cachoeira - costumam procurá-la. Mas, a Samambaia Açu e terceira queda, a da Serpente, devem ser acompanhadas por guias especializados.

Foto: Bruno Rocha



Na Açu, por exemplo, segundo o engenheiro ambiental, Rodrigo Sampaio, vinculado a uma empresa de consultoria, que presta serviços para o Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), é preciso ter cautela: “Logo na entrada da cachoeira, forma-se um gargalo por onde cai a água. Este trecho é íngreme e um tanto perigoso. Portanto, o guia é sempre necessário”, confirma o profissional.
A terceira cachoeira, a da Serpente, fica acima da Samambaia Açu. A trilha demora um pouco menos, cerca de 10 minutos. A última é bem menor em relação às duas primeiras e forma uma banheira, com volume de água grande.

Durante a temporada, o engenheiro ambiental, Sampaio, dá apoio e orientação para os turistas, que visitam as cachoeiras pela primeira vez. Mas é a Associação de Monitores de Ecoturismo de São Sebastião, que possui monitores credenciados para fazer o passeio com segurança acompanhando os visitantes nas três quedas.

Apesar da grande freqüência, na trilha é possível avistar a ave macuco, alguns répteis e pássaros, que se alimentam de palmito como o tucano e o bicho preguiça. Também tem grande número de espécies de Samambaia Açu. Pequena, mede entre 2 a 3 metros de altura. Guapuruvu, Jequitibá, palmeira Jussara, pau Jacaré, entre outras espécies também podem ser observadas.

Vale observar, que a Ribeirão de Itú é a cachoeira mais visitada do Litoral Norte e o PESM possui 30 mil hectares e 80 % de São Sebastião é área de parque. Portanto, o maior corredor ecológico dos 7% restante de Mata Atlântica do Brasil.
Mais informações no PESM (12)3863.15.75 e no Centro de informações turísticas.

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